Não faltam empresas que se aproveitam da falta de conhecimento técnico do dono do carro para vender produtos e serviços desnecessários. Pior que isso, prejudiciais. Entre eles, aditivos, líquidos e dispositivos “especiais”.
Marqueteiros associados a “técnicos” passam a vida desenvolvendo produtos que “comprovadamente” economizam, ou tornam seu carro mais potente, durável, bonito , econômico e resistente. Imaginam os mais variados malabarismos pseudo-tecnológicos para enfiar a mão sem nenhum pudor no bolso do motorista.
E tome aditivo para aumentar a octanagem e a potência do motor, reduzir o atrito e o consumo e prolongar sua vida útil. Mas a “empurroterapia” não se restringe ao motor nem se limita a aditivos, mas também a vários outros produtos, alguns quase milagrosos: tem o que limpa mais limpo o para-brisa, outro que aumenta o brilho da pintura, mais um que estabiliza a pressão do pneu e até o que transforma água em combustível.
O óleo do motor é uma das vítimas preferidas destes picaretas. As fábricas do automóvel e do óleo afirmam que seus engenheiros desenvolveram em conjunto o produto mais adequado e correto para a lubrificação do motor, com todos os aditivos necessários para minimizar atrito e temperatura, maximizar performance e durabilidade.
Falo mais sobre esse assunto neste vídeo. Confira!
Mas não faltam dezenas de outras empresas afirmando que seus aditivos “deixam no chinelo” os utilizados na formulação original do óleo. Tem um aí com suficiente cara-de-pau de declarar ser capaz de um verdadeiro milagre, o de restaurar locais desgastados de componentes internos do motor. Fosse verdade, as retíficas poderiam fechar suas portas…
Mesmo deixando os “milagrosos” de lado, engenheiro especializado em lubrificantes alerta: colocar no óleo do motor um outro aditivo pode ser prejudicial, pois ele poderia “não conversar” com os que integram o óleo originalmente. E provocar uma reação química capaz de prejudicar sua capacidade lubrificante. E nem uma “DR” (*) poderia contornar o problema.
Alguns aditivos são necessário
Mas problema do aditivo é que alguns são realmente necessários. No radiador, por exemplo, onde no passado se usava apenas água, hoje é necessário adicionar etilenoglicol, na base de 50/50. Então, completar com “água do radiador” ficou ultrapassado: agora é “líquido do sistema de refrigeração”.
Para a gasolina, são dezenas as opções de aditivos no mercado, prometendo mundos e fundos. Maior desempenho e durabilidade, menor consumo e emissões, funcionamento mais “redondo” do motor e outros quetais.
Voltamos então ao problema do aditivo realmente necessário, o que pode deixar o motorista em dúvida: se ele prefere abastecer com gasolina comum (e não com a aditivada), é realmente importante o uso do aditivo do tipo detergente/dispersante para evitar a formação de depósitos carboníferos na câmara de combustão.
Mas aí vem a pi-ca-re-ta-gem de sempre, os famosos aditivos do tipo booster formulados com os mais bizarros componentes químicos. Aliás, alguns contribuem de fato para melhor desempenho do motor, pois oxigenam a gasolina. Mas, só fora do Brasil, onde ela não contenha 27% de álcool.
Mal não fazem? Ledo engano, fazem sim!
A NGK abriu recentemente alguns motores com problemas de funcionamento, para descobrir que a causa da combustão irregular eram as velas danificadas. Os eletrodos encontravam-se completamente oxidados e cobertos por uma estranha camada vermelha. Pesquisa daqui, examina dali, descobre-se que a tal camada que as danificou era óxido de ferro.
E qual a origem deste óxido ferroso?
A NGK pesquisa daqui, examina dali e descobre ser um componente utilizado com frequência em aditivos da gasolina. Os tais que prometem mundos e fundos e que, além de não contribuírem em nada, ainda prejudicam o funcionamento do motor e o bolso do freguês.
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