sábado, 30 de maio de 2020

Jaguar MK2 1967: com 220 cv sedã era requintado e esportivo

Ladies and gentlemen! Esse é o Jaguar 1967, uma obra-prima da indústria britânica. Quero que vocês concordem comigo: já não se fazem mais carros como antigamente. Olha a beleza e a harmonia das linhas desse Jaguar Mark II (MK2), um sedã quatro portas considerado um esportivo por seu desempenho.

Quem assinou o projeto desse carro foi Sir Malcolm Sayer, que começou como engenheiro da indústria aeronáutica. Depois “pulou” para a Jaguar, na década de 50, mas manteve os conceitos da aerodinâmica da aeronáutica nos projetos que ele fez para a Jaguar – esse foi um deles! Mas o mais badalado de todos foi o esportivo considerado o mais bonito de todos os tempos, o Jaguar e-Type.

É extremamente prazeroso dirigir alguns dos carros antigos: o Jaguar MK2 é um deles. Tem carro antigo com a suspensão dura, motor fraquinho que não anda muito. Mas esse Jaguar não é nada disso. Ele tem uma suspensão boa, agradável – ele foi muito usado em competições na década de 60, apesar de ser um sedã. Mas ele era considerado um sedã esportivo: a estabilidade é muito boa.

O motor do Jaguar MK2 foi uma criação da engenharia da marca inglesa no fim da década de 40: motor de seis cilindros em linha com duplo comando. Sabe quantos cavalos estão ai debaixo do capô? 220 cavalos! O carro não é tão pesado assim, 1350 kg, então ele anda muito bem.

Acreditem se quiser: esse carro é câmbio manual de cinco marchas. Tinha também o automático convencional. Mas olha a curiosidade: na alavanca, são quatro marchas. Mas quando ele está de quarta e o motorista aciona uma “alavanquinha” na coluna de direção, a quinta marcha é engatada eletricamente.

Jaguar MK2 tem 4,57 m de comprimento
'Alavanquinha' para acionamento elétrico da 5ª marcha
Motor 3.8 de seis cilindros rende 220 cv
Velocidade máxima era acima dos 200 km/h
Modelo foi produzido entre 1959 e 1967
Mais de 90 mil unidades do Mark II foram feitas

Além da beleza e da harmonia, das linhas da carroceria, reparem na sofisticação no requinte: a profusão de cromado (que não exite mais hoje), que destaca as linhas do carro. Reparem na roda: na época não tinha – ainda bem – as rodas de liga leve de hoje. Então faziam nos carros mais sofisticados as rodas raiadas, como as que equipam o Jaguar.

jaguar mk2 roda
Rodas raiadas eram usadas em esportivos da época

Claro que um carro da década de 60, esse é um Jaguar MK2 1967, ainda não tinha eletrônica, não tinha nenhuma dessas grandes modernidades de hoje. Mas veja bem: o Jaguar MK2 já era um carro com  freio a disco nas quatro rodas, o primeiro sedã do mundo com isso daí. Está bem, não tem eletrônica mas tem direção assistida. Claro, não é elétrica, mas é hidráulica e é macia do mesmo jeito.

Tem ar-condicionado, sem contar do requinte interno e de várias outras pequenas tecnologias. Agora confiram comigo: dificilmente um carro moderno tem um charme desse painel todo de madeira, inclusive marchetado: esse friso mais claro veio na madeira mais escura.

E os reloginhos? Temperatura da água, pressão do óleo, nível do combustível, amperímetro. E aqui dentro do conta-giros, um charmosíssimo reloginho de ponteiro, claro!

Painel é feito de madeira com marchetaria
Bancos são revestidos em couro Connoly
Detalhe do painel de instrumentos
Console central do Jaguar MK2

Eu falei em sofisticação, mas não é só para quem vai na frente, não. O Jaguar MK2, afinal, era usado por executivos com motorista dirigindo. Então, sofisticação no banco traseiro. Já tinha apoio de braço, reparem nessa mesinha para fazer um pequeno lanche ou para o executivo ou presidente das empresas fazer as anotações.

Está achando que é só isso? Tinha até um quebra-vento aqui na porta traseira para desviar o vento das cinzas dos charutos dos ingleses. Cinzeiro no apoio de braço da porta. O Jaguar MK2 tinha luzes de leitura para quem vinha no banco de trás, reparem aqui no teto.

Eu falei que o painel é todo de madeira, esqueci que aqui nas portas também é madeira. Os assentos dos bancos? Em couro. Não é qualquer couro: é couro Connoly, tirado de vacas em pastos sem arame farpado. Vocês já tinham ouvido falar nisso? Por que sem arame farpado? Para as vacas não se encostarem e arranhar o couro.

Ou seja: como um autêntico sedã esportivo, o Jaguar MK2 era perfeito para Sir William se conduzido durante a semana pelo seu motorista para o trabalho e para casa. No fim de semana, se Sir William fosse dado à traquinagens, ele mesmo poderia assumir o volante e participar de corridas nas pistas inglesas.

Luzes de cortesia para os ocupantes do banco traseiro
Portas também são revestidas em couro Connoly
Jaguar saltando: símbolo da marca inglesa

Fotos: AutoPapo

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