A australiana Holden pode ser pouco conhecida no Brasil, mas é uma das fabricantes de automóveis mais antigas do mundo. A empresa iniciou sua história em 1856 fabricando selas para cavalos, mas já em 1908 começou a trabalhar com automóveis.
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A Holden começou fazendo reparos nos poucos carros que circulavam na Austrália, e passou a produzir carros inteiros em 1917, durante a Primeira Guerra. Já em 1923, a Holden chegou a montar carrocerias para a Ford australiana, que já era estabelecida na época. Os Ford T australianos usavam carrocerias Holden.
No entanto poco depois, a Holden se tornaria fornecedora exclusiva de carrocerias para a General Motors, que se instalou no país em 1926. Logo em 1931, a empresa seria comprada pela GM, dando início à história da marca nos moldes modernos.
A empresa foi uma das responsáveis pela produção do primeiro carro desenhado na Austrália. A empreitada envolveu até conflitos com a própria GM, que preferia que o primeiro carro australiano usasse como base um desenho americano. O veículo, chamado apenas de Holden, foi lançado em 1948.
Sucesso absoluto
Nas décadas seguintes, a marca dominaria o mercado local, com modelos exclusivos para a Austrália. O estilo da Holden misturava um visual menos exagerado do que os clássicos GM americanos, mas trazia motores de grande capacidade, com V8 acima dos 5,0 litros. A marca tinha também forte conexão com a Vauxhall, o braço inglês da General Motors.
A Holden também vendeu na Austrália modelos de outras marcas, mas que ganhavam seus emblemas. Modelos da Isuzu, Opel e até de Suzuki e Nissan ganharam emblemas da Holden e algumas mudanças visuais para serem vendidos por lá.
Na diversificada gama da Holden, a marca teve também as clássicas Utes, picapes fabricadas sobre a plataforma de sedãs. Esse tipo de carro é tipicamente australiano, e as Utes locais tinham até versões esportivas, com motores V8 e tração traseira.
A Holden também participou de corridas, como a icônica Bathurst, e foi uma das maiores empresas do país. E apesar de fazer parte da General Motors, trazia várias peculiaridades. Os motores de seis cilindros em linha usados até meados dos anos 80 eram projetos próprios, diferentes dos usados pela GM nos Estados Unidos, por exemplo.
Além disso, quando a marca precisou substituí-los, devido à exigências da legislação australiana, a marca comprou propulsores “seis em linha” da Nissan. Assim, há versões do Commodore, um de seus carros mais conhecidos, com o mesmo conjunto mecânico dos Nissan Skyline. Há até variantes turbinadas.
Holden no Brasil
Da Austrália, os Holden foram vendidos em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. E por aqui, o único Holden a ser vendido chegou com o pomposo nome de Chevrolet Omega. O modelo, originalmente conhecido como Holden Commodore, chegou em 1998 com a difícil missão de substituir o Omega nacional.
Curiosamente, o Omega teve uma nova geração na Europa, de onde veio o projeto do modelo nacional, mas a Chevrolet optou por trazer o sedã australiano e rebatizá-lo, em vez de trazer o “orginal” alemão. O Omega australiano, como o modelo ficou conhecido, nunca teve o mesmo carisma da primeira geração e não fez o mesmo sucesso. O projeto, aliás, foi inspirado no Omega alemão, mas o modelo australiano era mais largo e comprido. Também chegou a ter motores V8, nunca oferecidos no Europeu.
As origens australianas trouxeram algumas particularidades aos Omega importados. Itens como o freio de estacionamento do lado do passageiro e até o console levemente direcionado pro lado direito do carro chamaram atenção.
Caminho para o fim
Em 2017, o Commodore saiu de linha e encerrou uma longa linhagem de modelos originalmente australianos. A marca foi definhando até que no início deste ano a GM anunciou o fim das operações, marcado para 2021. Os modelos ainda à venda já eram importados de outros países, como da Tailândia. Nenhum Holden era produzido mais na Austrália.
Apesar da participação tímida por aqui, o Commodore era um dos carros mais vendidos da Austrália.
Conheça a história da Holden, uma das fabricantes mais antigas do mundo publicado primeiro em https://https://jornaldocarro.estadao.com.br
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