sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Audi R8 mantém esportividade do V10 de 610 cv, mas agora vem ao gosto do cliente

audi r8

Foi um jogo de estratégia, diria o capitão Nascimento, personagem do filme “Tropa de Elite”. Na fila com cinco carros disponíveis para avaliação, todos da linha RS, da Audi, me posicionei de maneira que o novo superesportivo R8 ficasse por último. O cupê alemão recém-renovado já está desembarcando no Brasil. Mas, mesmo que você disponha de R$ 1.234.990, que é o valor sugerido pela Audi para o modelo, terá de se programar para 2021. As 25 unidades que virão até o fim deste ano foram vendidas – em uma semana.

Voltando ao fictício comandante do Bope, deixar o R8 para o fim não era uma questão de esmero. Por mais instigantes que fossem os demais carros da linha esportiva RS (leia mais abaixo), todos dariam a impressão de ser lentos se a referência inicial fosse o superesportivo. A pista travada do Autódromo Capuava, em Indaiatuba (SP), parecia pouco convidativa para explorar o potencial de um dos últimos motores V10 aspirados do mundo. Mas as curvas, subidas e descidas provaram que eu estava enganado.



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No modo padrão, os 610 cv de potência e os 57,1 mkgf de torque são distribuídos entre os eixos. Mas dá para direcionar até 100% dessa vitalidade para o dianteiro ou o traseiro. Ao pisar fundo no acelerador, o ponteiro do conta-giros sobe na mesma velocidade com que o ronco do V10 entorpece os ouvidos. O motor fica atrás da cabine e pode ser visto parcialmente através do espia traseiro.

O câmbio é automatizado de dupla embreagem e sete velocidades. As trocas sãs rápidas tanto no modo automático quanto no manual, acionado por meio pelas aletas atrás do volante. Não dá para vacilar nas passagens, senão o giro bate no limite de 9 mil rpm e é cortado antes que você troque de marcha. A posição de guiar é rente ao chão e os bancos esportivos seguram bem o “piloto” e o passageiro.

O carro avaliado tinha suspensão convencional independente do tipo duplo “A”. O esportivo passou suavemente sobre os poucos remendos no asfalto da pista. Isso a despeito das rodas de 20 polegadas. E, graças à ótima distribuição de peso, o R8 se mostrou equilibrado e permaneceu grudado ao chão nas curvas.

Mérito também da direção eletromecânica com respostas diretas e precisas. Entre os opcionais há suspensão adaptativa, com amortecedores magnéticos, que endurecem ou ficam macios automaticamente. O fato é que o R8 ia engolindo as curvas uma a uma. O conjunto inspira muita confiança. Tanto que na terceira volta eu já estava atacando as zebras sem o menor pudor.

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Deu para perceber perfeitamente o sistema de tração 4×4 trabalhando mais no eixo traseiro. Não fosse a atuação dos controles eletrônicos de tração e estabilidade, as saídas de traseira seriam mais intensas.

Passeio

Não creio que alguém levaria crianças para passear de R8, mas o banco do passageiro tem sistema Isofix de fixação de assentos infantis. No volante multifuncional com base reta estão os comandos do controle de largada, do sistema de som e telefonia, além de um grande botão vermelho que dá a partida no motor.

O painel de instrumentos virtual pode ser configurado ao gosto do motorista e projetar várias informações do carro. Entre outras comodidades o R8 traz ar-condicionado digital, controlador de velocidade adaptativo, bancos com ajustes elétricos, câmera na traseira e sensor de obstáculos. Os faróis e as lanternas são de LEDS.

A reestilização inclui a grade hexagonal com novo padrão, para-choque dianteiro redesenhado e capô com pequenas entradas de ar no bico. O aerofólio de fibra de carbono reforçada com plástico (CFRP) foi mantido.

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Personalização

A Audi oferece um amplo programa de personalização para o R8. O comprador pode escolher entre 1,6 milhão de combinações, que incluem desenho das rodas, cor do teto, retrovisores externos e pinças de freio, acabamento interno e das laterais da carroceria, revestimento dos bancos e até a cor do logotipo da marca.

Quem quiser ainda mais exclusividade pode mandar fazer um tipo de cor única. Se o tom for perolizado, custa R$ 37 mil. O acabamento fosco, que parece ser a preferência da maioria, sai por R$ 75 mil.

É a primeira vez que a Audi oferece seu mais completo pacote de personalização no Brasil. A novidade está disponível para todos os modelos que compõem a família Audi Sport.

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Linha RS conta com nove modelos no País

Além de voltar a trazer o R8, seu modelo de topo da linha, a Audi aposta nos novos RS4 Avant (perua) e RS5 (cupê). Recentemente, a marca confirmou que a família RS crescerá com a chegada dos SUVS RS Q3 e RS Q8, dos cupês TT RS e RS7 Sportback e da perua RS6 Avant.

A RS4 Avant e o RS5 Coupé estreiam no Brasil no mês quem vem. Em outubro será a vez do R8, e em novembro, dos RS Q8, RS7 Sportback, RS6 Avant e TT RS. A estreia do RS Q3 e do RS Q3 Sportback está previsto para janeiro de 2021.

Assim como já ocorre com o R8, todos os demais modelos poderão ser personalizados pelos compradores. Isso inclui detalhes internos e externos e escolha de cores da linha Exclusive. Com exceção do RS Q3, todos também podem vir com discos de freio de carbono-cerâmica, que custam R$ 75 mil.

RS Q8, RS6 e RS7. Sob o capô dos RS Q8, RS6 Avant e RS7 Sportback está o motor V8 4.0 biturbo de 600 cv e 81,5 mkgf a gasolina. O câmbio é o automático de oito marchas e a tração é nas quatro rodas.

Os três modelos têm eixo traseiro direcional, que permite que as rodas de trás estercem para facilitar as manobras em baixa velocidade (como as de estacionamento). Nas médias, o sistema deixa o carro mais ágil. O RS Q8 parte de R$ 902.990, o cupê RS7 sai a R$ 839.990. Já a perua RS6 Avant tem preço sugerido de R$ 793.990.

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RS Q3 e TT RS

O SUV RS Q3 chega por R$ 435.990, preço que sobe para R$ 465.990 na versão Sportback. O motor é igual para ambos: 2.5 de cinco cilindros com turbo, de 400 cv e 48,9 mkgf. O câmbio é o automatizado de sete marchas e dupla embreagem e a tração é 4×4. A velocidade máxima é de 280 km/h. O porta-malas mantém 530 litros nas duas versões, apesar de o Sportback ter teto rebaixado atrás.

O cupê TT RS chegará com tabela de R$ 419.990 e o mesmo conjunto mecânico do RS Q3. O motor de cinco cilindros gera 400 cv e 48,9 mkgf e a tração é 4×4. O carro acelera de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos.

RS4 Avant e RS5 Sportback

A Audi renovou o visual da perua RS4 Avant e fez uma alteração na linha RS5 vendida no Brasil. No ano passado, a marca trouxe o RS5 Coupé (de duas portas) e agora vai oferecer o RS5 Sportback. Trata-se da versão de quatro portas do esportivo. Os preços são de R$ 555.990 e R$ 575.990, respectivamente.

O motor V6 2.9 biturbo de 450 cv e 61,1 mkgf a gasolina foi mantido. O câmbio é o automático de oito velocidades e a tração é integral permanente. No visual, as novidades dos dois modelos são as mesmas aplicadas aos demais integrantes da linha RS. Há novos parachoque, grade e entradas de ar na borda do capô.

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