A partir de agosto de 2020, uma nova gasolina passa a ser vendida no Brasil. A nova gasolina segue novas especificações definidas pela Agência Nacional do Petróleo e, o que sabemos, é que o novo padrão de qualidade deve aproximar a gasolina brasileira daquela que abastece os veículos que circulam em território Europeu. As mudanças contemplam a gasolina comum e a premium, que são indicadas para carros de modelo esportivo.
As mudanças no Brasil começaram em 1994, com a adição do etanol anidro, o que tornou a gasolina mais limpa e aumentou sua octanagem. A octanagem refere-se à capacidade de a gasolina resistir à compressão antes da explosão. Quanto maior for, melhor o desempenho do motor. Uma mudança ocorreu em 2014, quando a concentração de enxofre, antes de até 200 partes por milhão (ppm), passou a ser de, no máximo, 50 ppm. Agora, com a densidade regulada, o Brasil deve ter uma gasolina de excelência, se as determinações realmente forem verificadas na prática.
Uma das exigências que mais impactam no desenvolvimento da nova gasolina, com certeza, é a da densidade do combustível, que deverá ser no mínimo de 715 gramas por litro. Ainda não havia uma regulamentação deste tipo para o derivado do petróleo, apesar de ser um parâmetro essencial para um bom funcionamento do motor do carro. Em tese, quanto maior o peso de um litro de gasolina, maior é a quantidade efetiva de conteúdo energético presente. Ou seja, o litro mais “pesado” fornece mais energia ao carro, que, dessa maneira, deve andar mais do que com um litro mais “leve”. Na prática, significa que o combustível deixará os carros mais eficientes, reduzindo o consumo e as emissões de poluentes.
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A nova gasolina, apesar de ter o valor um pouco mais alto, é menos poluente
Uma vantagem trazida pelo estabelecimento de uma densidade mínima é que ela dificultará que os donos de postos adulterem a gasolina. Isso acontece porque a maioria dos solventes possui densidade mais baixa do que a gasolina. Ou seja, ao serem misturadas com o combustível, tendem a torná-lo mais leve e suscetível a não cumprir a nova regra.
Para garantir que a gasolina vendida atenda ao requisito de densidade, todos os postos deverão oferecer um medidor, que poderá ser utilizado pelo consumidor que desejar testar o produto.
Segundo a Sociedade de Engenheiros da Mobilidade, existe uma previsão de economia de 3% a 4% no consumo de combustível com a adoção da nova densidade. Consequentemente, as emissões de poluentes, como o gás carbônico, também devem baixar entre 3% e 4%. Apesar disso, ainda não há uma previsão concreta de quanto seria o aumento no preço da gasolina, proporcionado exclusivamente pelo novo padrão de densidade. Mas é um consenso comum que ele deve acontecer.
O que faz a nova gasolina ser superior ao tipo de combustível que consumimos no Brasil atualmente?
São três os principais fatores que vão levar à melhoria na qualidade da nova gasolina no Brasil: valor mínimo da massa específica, parâmetros de destilação e fixação para limites para a octanagem RON. Com densidade mínima estabelecida em 715 kg/m3 haverá mais energia e redução do consumo nos veículos, mas vale lembrar que as porcentagens de etanol anidro na gasolina continuam os mesmos. Ou seja, 27% na comum e aditivada e 25% na premium.
Também ficará mais fácil aquecer o motor, uma vez que o valor mínimo para a temperatura de destilação é de 50% (T50) para a gasolina. Isso será mais sentido nos modelos mais antigos, que não contam com sistema de injeção eletrônica, mais eficiente e preciso para o funcionamento dos motores.
Quanto ao índice de octanagem, a mudança será no método de medição. Atualmente a octanagem da gasolina brasileira é medida pelo IAD que é a média aritmética entre os valores MON (Motor Octane Number, que avalia a resistência à detonação quando o motor está a plena carga, em alta rotação) e o RON (Research Octane Number, em que a medição é feita quando o motor está carregado, em baixa rotação). Em agosto de 2020, é adotado o método europeu (RON), em que a gasolina comum tem 93 octanas e a premim, 97.
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Entre outros benefícios, a nova gasolina que abaste o Brasil, deve manter a marcha lenta dos motores mais constante e sem oscilações indesejáveis, com menores índices de vibrações. E mais melhorias devem ser adotadas em 2022 e 2025, contribuindo também com menos emissões de poluentes no meio ambiente, conforme Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores.
Resumindo, a nova gasolina tem diversos benefícios para os proprietários de veículos automotores:
- Mais Qualidade;
- Mais proteção ao motor;
- A utilização de motores mais eficientes;
- Redução de 4 a 6% do consumo: segundo a petrobras, a nova gasolina permite uma queda de até 6% no consumo de litro por quilômetro rodado;
- Desempenho;
- Massa específica;
- Proteção contra a adulteração;
- Compensação, já que o valor excedente deve compensar pelo maior rendimento do motor.
Até agosto de 2021, o Brasil contava com quatro tipos de gasolina automotivas diferentes:
- Gasolina Comum
A gasolina comum mais “simples” e mais vendida no mercado. Até então, ela era comercializada com uma octanagem IAD (Índice Antidetonante) mínima de 87. Diferente da aditivada, a comum, até agosto de 2021, não recebe nenhum tipo de aditivos de limpeza, apenas adição de etanol anidro, conforme exigido pela legislação vigente que é de 27%. - Gasolina Aditivada
Até agosto de 2021, a gasolina aditivada possui a mesma octanagem da gasolina comum: índice antidetonante mínimo de 87. A principal diferença da aditivada para a comum está no seu trabalho no motor. Como o próprio nome indica, essa gasolina recebe um pacote de aditivos detergentes/dispersantes que mantêm limpo o sistema de alimentação de combustível do veículo como: velas, bicos injetores, válvulas de admissão e até a câmara de combustão. Os dispersantes removem as sujeiras, na prática, ela ajuda a desprender todo o resíduo acumulado. - Gasolina Premium
Uma das principais diferenças da gasolina premium está no valor da octanagem, que é superior à das gasolinas comum e aditivada: mínimo de 91 índice antidetonante, ou seja, é muito mais alto em relação às outras. De um modo geral, ela tem coloração levemente amarelada e pode ser usada em qualquer veículo movido a gasolina. Praticamente todas as gasolinas Premium do mercado são aditivadas. - Gasolina Formulada
Ela surgiu em meados de 2011 – 2012, segundo a ANP, toda a gasolina produzida aqui no Brasil é formulada, inclusive em outros países. Geralmente, mais barata e é preparada com uma mistura de correntes de hidrocarbonetos. A gasolina formulada pode ser produzida por agentes econômicos (formuladores e centrais petroquímicas) que devem ser autorizados pela ANP ou refinarias.
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