A época em que os câmbios automáticos de quatro marchas representavam alta tecnologia pertence a um passado distante. O primeiro carro nacional com a chamada transmissão AT4 surgiu há mais de 40 anos: foi o Dodge Polara, em 1979. Apesar de ter incorporado eletrônica desde então, esse tipo de caixa de marchas caiu em desuso na última década. Porém, ainda sobrevive em alguns carros nacionais.
O número de velocidades do câmbio tem relação direta tanto com o desempenho quanto com o consumo de combustível. É que, com menos marchas, as relações entre elas ficam mais longas, fazendo com que o giro do motor caia demais durante as trocas.
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Por outro lado, uma caixa com mais marchas permite relações mais curtas, fazendo com que o motor trabalhe sempre próximo da rotação ideal. É por isso que os fabricantes têm adotado transmissões com, pelo menos, seis velocidades: modelos mais sofisticados têm oito, nove ou até 10.
Outra alternativa incorporada pela indústria é a oferta de câmbios do tipo CVT, que são continuamente variáveis e, assim, permitem inúmeras relações. O objetivo é o mesmo: fazer com que o motor trabalhe sempre de modo a proporcionar maior economia, ou melhor performance, dependendo da situação.
É por isso que, nos últimos anos, o câmbio AT4 foi abandonado pela maioria dos fabricantes. Porém, não por todas: o AutoPapo fez um levantamento e descobriu que quatro automóveis, de três marcas distintas, ainda são equipados com transmissões automáticas de quatro marchas.
Também consideramos a transmissão automatizada, já que a proposta é a mesma: aumentar o conforto do motorista.
1. Toyota: Etios (Hatch e Sedan) AT4
- Etios Hatch AT4: R$ 59.290 (X 1.3) e R$ 66.690 (X Plus 1.5)
- Etios Sedan AT4: R$ 64.890 (X 1.5) e R$ 69.990 (X Plus 1.5)
A Toyota ainda oferece carros equipados com câmbio automático de quatro marchas, mas esses sistema é restrito à linha Etios e pode equipar o Hatch e o Sedan.
No Hatch, a transmissão AT4 pode ser associada tanto a um motor 1.3 16V, de 98 cv com etanol e 88 cv com gasolina, tanto a um 1.5 16V de 107 cv e 102 cv, respectivamente. Já o Sedan só é disponibilizado com o propulsor de maior cilindrada. A gama também conta, nas duas opções de motorização, com uma caixa manual de seis velocidades.
Até 2014, a Toyota usava o câmbio automático de quatro marchas no Corolla. Naquele ano, entretanto, o sedã adotou uma transmissão CVT, que foi aprimorada na geração seguinte, lançada no ano passado. A linha Yaris também é equipada com um sistema CVT.
Provavelmente, a linha Etios não receberá um câmbio automático atualizado. A caixa de quatro marchas deverá permanecer na gama até que o Hatch e o Sedan sejam descontinuados, dentro de alguns anos.
Boris Feldman fala mais sobre o futuro (nebuloso) dos dois modelos: assista ao vídeo!
2. Renault: Captur e Oroch AT4
- Renault Captur 2.0 AT4: R$ 99.690 (Intense) e R$ 101.690 (série especial Bose)
- Renault Oroch 2.0 AT4: R$ 88.290 (Dynamique)
A Renault equipa duas versões do Captur e uma da Oroch com o câmbio AT4. Nos dois veículos, essa transmissão é associada a um motor 2.0 16V, capaz de gerar 148 cv de potência com etanol e 143 cv com gasolina.
Curiosamente, no caso do SUV, o câmbio automático de quatro marchas é oferecido justamente na configuração top de linha Intense e na série especial Bose. Ambas as versões são disponibilizadas também com transmissão CVT. Porém, nesse caso, o motor é o 1.6 16V que desenvolve 120 cv com o combustível vegetal e 118 cv com o derivado do petróleo.
Já a Oroch não tem outra opção automática além do AT4. Essa transmissão pode equipar a versão top de linha Dynamique, pelo preço de R$ 88.290. As demais opções da gama são disponibilizadas com caixas de marchas manuais.
Produtos fora de linha da Renault, como o monovolume Scénic, o sedã Mégane e a perua Grand Tour usaram um câmbio AT4 semelhante. Essa transmissão equipou ainda algumas versões de Logan e Sandero: ambos os modelos, porém, já a substituíram por um mecanismo CVT.
Em 2021, será a vez do Captur trocar o motor 2.0 e a caixa de quatro marchas por um novo conjunto, formado por propulsor 1.3 turbo e câmbio CVT. Já a Oroch deverá manter a mecânica antiga por mais alguns anos.
3. Caoa Chery Tiggo 2 AT4
- Caoa Chery Tiggo 2 AT4: R$ 69.990 (Look) e R$ 73.990 (Act)
A Caoa Chery também oferece um câmbio automático de quatro marchas em sua linha de veículos. Curiosamente, o sistema equipa um produto relativamente novo: inicialmente comercializado apenas com transmissão manual, o Tiggo 2 ganhou opção de caixa AT4 em meados de 2018.
Isso explica-se pelo fato de o Tiggo 2 ser baseado no Celer, que chegou ao Brasil em 2013 e foi nacionalizado em 2015, quando a Chery ainda não era controlada pela Caoa.
O Chery Tiggo 2 é movido sempre por um motor 1.5 16V capaz de gerar 115 cv com etanol e 110 cv com gasolina. A versão de entrada Look pode ser equipada com um câmbio manual de cinco marchas ou com o automático de quatro. Na top de linha Act, a transmissão AT4 é a única disponível.
Ainda não há informações se a Caoa Chery prepara um sistema de transmissão mais atual para o Tiggo 2. Porém, se isso ocorrer, não será em um futuro próximo: os planos mais imediatos da empresa estão voltados para a ampliação da gama com novos produtos, entre os quais o SUV Tiggo 8.
Também obsoleto, câmbio automatizado de uma embreagem equipa, hoje, só um veículo
Outro sistema de transmissão que foi abandonado pelos fabricantes nos últimos anos é o automatizado de uma só embreagem. Renault, Chevrolet, Volkswagen chegaram a utilizá-lo, mas todas o substituíram por transmissões automáticas convencionais.
A Fiat é a única que ainda o emprega, mas em apenas um modelo: o Cronos. Outros modelos da marca italiana, como Mobi, Uno, Argo, Grand Siena e Strada, chegaram a oferecer o câmbio automatizado de uma embreagem, mas atualmente não têm mais tal opção. Inicialmente, a Fiat chamava o sistema de Dualogic, mas o rebatizou de GSR em 2018.
4. Fiat Cronos GSR
- Fiat Cronos Drive 1.3 GSR: R$ 66.690
O último carro vendido no Brasil com câmbio automatizado de uma só embreagem é o Fiat Cronos. Esse sistema, batizado de GSR, pode equipar a versão intermediária Drive.
O câmbio GSR é sempre associado ao motor 1.3 8V da família FireFly, que rende 109 cv com etanol e 101 cv com gasolina. Esse propulsor também pode ser conjugado a uma caixa manual: ambas têm cinco marchas.
Embora a Fiat não confirme, a transmissão GSR está com os dias contados. Em 2021, ela será substituída por um novo câmbio automático do tipo CVT.
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