Um tem câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas. O outro continua fiel à caixa manual de seis velocidades. O primeiro extrai 192 cv do motor 2.0 turbo. O segundo consegue 208 cv do 1.5 turbo. O Mini Cooper S 2021 custa R$ 224.990 na versão de quatro portas, como a testada, preço que cai para R$ 214.990 no modelo de duas portas. Perto deles, o Honda Civic Si parece uma pechincha: R$ 184.900. Embora não sejam concorrentes diretos, levamos os dois esportivos para compartilhar um dia chuvoso na pista, e ver se eles são dignos do “S” que ostentam na carroceria.
Cada um a seu modo, Civic Si e Mini Cooper S sabem cativar quem procura desempenho. Os dois têm suspensão firme, um ajuste que privilegia estabilidade. Em ambos, você vai vibrar ao ritmo das imperfeições do piso. Mas, em suma, é isso o que buscamos: vibrações.
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No Circuito Panamericano, novo campo de provas da Pirelli em Elias Fausto, interior de São Paulo, parte da tarefa do dia consistia em sair do cupê japonês (fabricado no Canadá) e entrar no hatch britânico (produzido na Inglaterra).
Na pilotagem
Na maior das sete pistas do complexo, com 3.400 metros de extensão, a chamada Dry Handling (dirigibilidade no seco) não fez jus ao nome. A chuva intermitente tornou o asfalto de levemente úmido em alguns poucos momentos para muito encharcado em outros, o que tornou a missão ainda mais desafiadora.
A Mini não exagera muito quando compara seu carro a um kart. Com motor 2.0 turbo de 192 cv, entre-eixos curto, direção direta e carroceria que praticamente não balança nas curvas, o hatch tem reações rápidas. Basta virar o volante para onde você quer que o carro responde com precisão. O câmbio automatizado aproveita muito bem a potência e faz trocas também muito rápidas. As mudanças podem ficar a cargo do sistema – que realiza suas funções com louvor – ou podem ser feitas no volante.
No Civic, não há como terceirizar o serviço. As trocas são responsabilidade do motorista, mas isso está longe de ser um incômodo. Pelo contrário. O câmbio de relações 6% mais curtas na linha 2021 deixou o cupê ainda mais arisco nas acelerações. Nas retas, ele acompanha o Mini muito de perto.
A marca inglesa divulga aceleração de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. A japonesa não informa números de desempenho, mas no lançamento da linha 2021 a melhor marca obtida no teste foi de 7,4 segundos. Em parte, isso ocorre porque, embora o 1.5 da Honda tenha 16 cv a mais, o Mini dá o troco no torque (28,5, ante 26,5 mkgf).
Além disso, a força máxima do modelo inglês está disponível a partir de 1.350 rpm. No Civic, ela aparece a 2.100 rpm. Trocando em miúdos, isso explica as respostas mais imediatas e vigorosas no Mini.
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Som na caixa
Ruído sempre foi um ingrediente importante em esportivos. No Mini, o acompanhamento do prato principal vem em forma de estouros durante as trocas de marcha. No Honda, o ronco do motor é amplificado pelo sistema de áudio e acompanha a aceleração.
Ainda falando sobre áudio, o do Mini é bem superior. O modelo conta com sistema da Harman Kardon, que oferece qualidade sonora muito superior à do Civic. O Mini também justifica o preço bem maior no painel e no acabamento. O compacto inglês tem head-up display (projeta informações como velocímetro numa tela na direção do para-brisa) e uma moderna central multimídia com tela de 8,8” no centro do painel.
Entre os dados que podem ser vistos ali estão até previsão do tempo e notícias. Além disso, o Mini é um referência em estilo, com suas de teclas “de avião” no painel e até no teto. Orgulhoso de suas origens, o Mini exibe a bandeira do Reino Unido à frente do passageiro.
O painel do Civic Si é semelhante ao das demais versões. A diferença é a coloração vermelha e um quadro de instrumentos que traz adicionalmente dados como força G (aceleração longitudinal e lateral) e shift lights, luzes que informam o melhor momento para fazer as troca de marchas).
Os bancos do Civic Si são mais estilosos. São revestidos de tecido preto e vermelho, e apoiam bem o corpo. Mas os ajustes são manuais. No Mini, eles são de couro e têm regulagens elétricas.
Visual do Civic Si sobressai ao Mini
Se o Mini encanta por dentro, o Honda dá o troco por fora. Nas ruas, o Mini Cooper S é “apenas” mais um exemplar da marca. Isso ocorre porque a diferenciação da versão esportiva (Cooper S) está nos detalhes, caso do pequeno “S” na lataria e das rodas maiores (aro 17”).
Com o Civic Si as coisas são diferentes. A versão esportiva do modelo é um cupê de duas portas, portanto muito diferente do sedã. Como se não bastasse a cor vermelha (não disponível nos Civics “normais”), o Si ainda tem entrada de ar maior na frente, além de um exuberante aerofólio e saída de escape central na traseira, que monopoliza as atenções. O Honda ganha no porta-malas (334 litros, ante 278 l do Mini), mas perde no banco traseiro. Afinal, além das portas atrás, o modelo inglês tem teto mais alto.
AGRADECIMENTO: PIRELLI/CIRCUITO PANAMERICANO
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