domingo, 1 de novembro de 2020

Fanboys automotivos: listamos os 5 grupos mais chatos da internet

Quem é muito radical em relação a determinado tema pode colecionar inimizades. Pontos de vista opostos frequentemente provocam discussões sobre política, religião e futebol. Porém, nem mesmo os assuntos mais corriqueiros, como o automóvel, escapam do fanatismo. Afinal, existem fanboys dispostos a defender com unhas e dentes suas marcas e modelos preferidos.

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Sabe aquela banda que tem músicas até legais, mas cujos fãs são tão extremados que acabam gerando antipatia? Então, a lógica de alguns fissurados em carros é mais ou menos essa: muitas vezes o produto que eles cultuam é bom, mas as qualidades são exageradamente amplificadas pelas vozes dos admiradores. Confira, no listão de hoje, os 5 tipos de fanboys mais chatos da internet.

1. “APzeiros”

motor ap 1 6 saveiro titan 2007
Motor Volkswagen AP é objeto de louvor para os fanboys

A linha de motores AP, da Volkswagen, é uma das mais bem-sucedidas já fabricadas no Brasil? Sem dúvida! O projeto entrou para a história da indústria automobilística? Claro que sim! Mas, para os fanboys – ou APzeiros, como são conhecidos – tudo isso  ainda é pouco. Na cabeça deles, nenhum outro propulsor sequer chega perto do AP, o melhor de seu gênero, disparado, já feito no mundo até hoje.

Nem adianta argumentar que o projeto ficou ultrapassado. Os motores AP, que nos anos 80 reinavam quase absolutos no país, já entregavam números de potência e torque medianos a partir da virada do século. Caso tivessem continuado em produção, teriam, hoje, baixíssimos índices de eficiência energética.

Isso, aliás, não é demérito algum. Afinal, todo projeto de engenharia torna-se ultrapassado em algum momento. É esse o ciclo natural, e inevitável, de qualquer produto industrial. Além do mais, mesmo antigo, o motor AP continua se destacando pela robustez e pela facilidade de manutenção. Só não diga aos fanboys que também existem outras boas opções no mercado.

2. “Opaleiros”

chevrolet opala s 1988
Opala saiu de linha há quase três décadas, mas alguns consumidores ainda estão de “luto”

Tudo o que foi dito a respeito dos APzeiros pode ser aplicado a outro grupo de fanboys: os Opaleiros. Para essas pessoas, o fato de a Chevrolet ter retirado o Opala de linha constitui um pecado mortal, um erro imperdoável, um ato nefasto! Viúvos e viúvas guardam luto até hoje pela morte do modelo que, sob a ótica deles, é o maior automóvel da história.

O Opala é um dos carros mais longevos do Brasil: foi produzido ininterruptamente de 1968 a 1992. O projeto sofreu várias atualizações, mas nunca foi inteiramente refeito. Isso decorre, por um lado, das boas qualidades técnicas, mas, por outro, do fato de o mercado nacional ter permanecido fechado às importações entre 1976 e 1990. Com apenas quatro grandes fabricantes instalados no país, faltava concorrência.

A velhice do Opala ficou evidente na década de 1990, quando vieram os importados e novas multinacionais instalaram-se por aqui. Não, então, houve outra opção para a Chevrolet senão retirá-lo de linha. Alguns defeitos, como a falta de estabilidade em curvas e o alto consumo, já eram, então, bem evidentes. Mas isso, para os fanboys, pouco importa: eles sempre enxergarão apenas o luxo, o acabamento e o espaço interno do modelo.

3. Fanboys do câmbio Dualogic/GSR

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Câmbios automatizados de uma embreagem deixaram o mercado depois de apenas 12 anos

Já que existem fanboys de motor, não surpreende que alguns cultuem câmbios. Eles não são muitos, mas sempre se manifestam nas redes em defesa das transmissões automatizadas da Fiat. Batizado inicialmente de Dualogic, esse sistema chegou ao país em 2008. Em 2017, foi rebatizado de GSR (sigla de Gear Smart Ride) após a adoção de alguns aperfeiçoamentos. Recentemente, tal mecanismo deixou o mercado.

A transmissão automatizada de uma embreagem é, surpreendentemente, muito parecida com um sistema manual. A diferença é que as marchas são trocadas de modo autônomo, por um mecanismo de atuadores hidráulicos ou elétricos, ligado a uma central eletrônica.

Apesar de dispensar o motorista de cambiar as marchas, tal sistema automatizado é bem mais limitado que uma caixa automática propriamente dita. O maior problema é a falta de suavidade na operação: as trocas de marchas são frequentemente acompanhadas de trancos. Além disso, com o tempo, será necessário trocar alguns componentes, inclusive a embreagem.

Inicialmente, os automatizados apresentavam algumas vantagens, como peso reduzido e custo de produção mais baixo em relação a um câmbio automático convencional. Entretanto, a tecnologia, como sempre, avançou: surgiram os sistemas automatizados de dupla embreagem, muito mais rápidos e suaves; os próprios automáticos tornaram-se mais leves, eficientes e acessíveis.

Embora outros fabricantes, entre os quais Volkswagen, Renault e Chevrolet, tenham utilizado conjuntos semelhantes, os sistemas da Fiat são os que aparentam ter mais defensores. Os fanboys argumentam que o problema é o usuário, que não saberia usar corretamente a transmissão. O fato de os automatizados monoembreagem terem entrado em extinção no mundo inteiro é mero detalhe.

4. Fanboys do Toyota Etios

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Hatch e sedã da gama Etios não deslancharam no mercado

As notícias mais recentes sobre o Etios não são animadoras. A gama já saiu de linha na Ásia e terá o mesmo destino na América do Sul.  A Toyota desistiu de desenvolver uma nova geração porque consumidores do mundo todo criticaram o design e o interior despojado. O fabricante, então, investirá apenas na linha Yaris, que tem porte semelhante.

Pronto: foi o bastante para provocar uma choradeira entre os fanboys, que exaltam as qualidades mecânicas do hatch e do sedã. Grosso modo, os defensores descrevem o motor como “inquebrável”; na outra ponta, julgam que design e interior mais caprichados não passam de firulas.

Bem, cada qual com seu gosto, mas a questão é que, para a maioria, os atributos mecânicos não parecem bastar para justificar a compra de um Etios. Tanto que o hatch e o sedã vêm acumulando números de vendas discretos nos últimos anos. Talvez os fãs já devam ir se conformando, para não sofrerem demais quando a morte do modelo chegar, dentro de um ou dois anos.

5. Fanboys do Volkswagen up! TSI

VW up! 2020
Up! TSI tem bom desempenho, mas, ao contrário do que pensam os fanboys, não é esportivo

Primeiramente, vale destacar que o desempenho é, sim, uma das maiores qualidades do up! TSI. O motor 1.0 turbo com injeção direta rende 105 cv de potência com etanol e 101 cv com gasolina, além de 16,8 kgfm de torque com ambos os combustíveis. Os números podem até não encher os olhos, mas sobram para um hatch subcompacto de apenas 950 kg de peso.

Além de rápido, o up! TSI é econômico, tem bom acerto de suspensão e vem equipado com um câmbio manual de engates precisos. Os fanboys, porém, acham que o modelo é um autêntico esportivo. Os mais pretensiosos parecem até estar ao volante um Porsche. Nem ouse contar para eles que o modelo é um hatch de entrada com foco na eficiência energética, pois soará quase como ofensa pessoal.

Do ponto de vista comercial, o up! não vingou. Considerado caro e despojado pelo público geral, as vendas nunca atingiram o patamar esperado pela Volkswagen. Assim como o Toyota Etios, ele sairá de linha dentro de alguns anos sem deixar sucessor. Como muitos fanboys têm modificado a mecânica de seus carros para extrair ainda mais desempenho, encontrar bons exemplares usados no futuro promete ser tarefa difícil.

Bônus

“Harleyros”

Harley-Davidson Low Rider S
Entusiastas das motos Harley-Davidson até parecem ser membros de uma seita

Ok, esses aqui não são fanboys de carros, e sim de motos. Mas eles merecem um lugar de honra no listão, pois são tão radicais quanto os demais. Para o grupo em questão, a Harley-Davidson está longe de ser simplesmente um fabricante de veículos. É quase uma seita, com direito a encontros periódicos com milhares de membros.

Ícone pop, a Harley-Davidson é tema de muitas manifestações culturais. As aparições no cinema, em especial, fizeram com que a marca fosse associada a um etilo de vida livre. Essa mística é a maior responsável por atrair compradores, interessados no estilo custom das motocicletas e na tradição da empresa. Porém, se a ideia é fazer longas viagens de motocicleta, talvez seja melhor escolher produtos de outros fabricantes.

Cá entre nós, as motocicletas Harley-Davidson são bem limitadas tecnicamente. Os motores de dois cilindros em V desenvolvem pouca potência em relação à cilindrada, vibram demais e esquentam exageradamente as pernas dos ocupantes. Além disso, as motos não são estáveis em curvas. O fabricante já empreendeu tentativas de renovação, mas alega que muitos clientes rejeitam evoluções. Viu como essa turma é chata?

Fotos: Divulgação

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