Quem lembra do seu modelo “xodó”? Aquele carro ficava tanto tempo em nossa posse que criávamos uma espécie de relação afetiva. Hoje em dia, com facilidades para trocar o usado por um zero-km, além da depreciação que atinge todo o mercado automotivo, é mais difícil de encontrar histórias do tipo. Mas elas existem e tem um HB20 para provar.
José Milton Balbino Junior, engenheiro de produção de 30 anos, completou no final de agosto 300 mil km rodados em seu Hyundai HB20 2016. Além da rara marca, todas as revisões do hatch foram feitas na concessionária, em Mogi Guaçu (SP). Devido a tamanha fidelidade do cliente com a marca, a Hyundai o surpreendeu com uma repaginada no veículo.
Junior conta que ele adquiriu o modelo, na versão Comfort Plus 1.0, em 2016: “no mesmo ano eu troquei de empresa e um amigo me convidou para trabalhar no pós-venda de uma empresa de cerâmica”. Então, preferiu utilizar seu carro para visitar os clientes.
Quatro anos se passaram e na 29ª revisão, Junior solicitou ao gerente da concessionária e já seu amigo, Edson, a possibilidade de um abatimento no preço do serviço. Edson procurou o setor de marketing da Hyundai para contar sobre a inusitada quilometragem e o departamento se interessou pela história.
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Assim que levou seu carro para a revisão dos 300 mil km, o gerente ligou para o engenheiro pedindo que o veículo ficasse mais alguns dias na oficina. Por conta da grande quilometragem, algumas análises mais profundas deveriam ser feitas. Esse seria o tempo necessário para a repaginada no HB20. Durante esse período, a concessionária disponibilizou um novo HB20 para Junior trabalhar.
No dia 4 de setembro, ao buscar seu automóvel, o notório motorista não reconheceu seu companheiro de estrada. “Entreguei o veículo que eu estava e perguntei ao Edson onde estava o meu. Ele, meio que encenando, falou que estava lá, só que eu não reconheci”, admite.
A oficina alterou o capô que estava batido, trocaram as calotas por rodas de liga leve, trocaram o para-choque e o para-brisa. No interior, algumas peças desgastadas como o volante e manopla de câmbio foram substituídas. O HB20 ainda ganhou novos itens como módulo de subida de vidros, protetores de soleiras, emblemas, organizador de porta-malas e frisos foram adicionados.
Além disso, José Milton ganhou uma placa de reconhecimento, um cartão no valor de R$ 2,5 mil para combustível, uma camiseta de seu time de coração autografada pelos jogadores e um voucher de jantar em um restaurante.
O motorista comenta que pretendia trocar por um modelo novo, porém com a surpresa passou a criar uma afeição ao seu carro. “Não pretendo me desfazer dele. Não estou preparado para trocar por um zero-km e dar ele no negócio”, conclui.
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Carro de 300 mil km virou raridade
Em entrevista ao Jornal do Carro, o vice-diretor comercial da Hyundai, Angel Martinez afirma que é raridade encontrar uma história de 300 mil km rodados por um cliente Pessoa Física. Sobre a ação, Martinez afirma: “Combinou o elo e a paixão por prestar o atendimento aos clientes com a robustez e qualidade dos veículos que, no final, deu um casamento perfeito como esse do Junior”.
O vice-presidente reafirmou o cuidado para fidelizar o cliente desde a venda até às ações voltadas para o pós-venda. “Sempre que tem clientes com alto grau de fidelidade, a Hyundai gosta de conhecer. Quando tem um caso como esse, os concessionários são encorajados a compartilhar a história com a montadora. Queríamos reconhecer não só o cliente, mas também a equipe de revenda”.
Quem disse que carro muito rodado é mau sinal?
Este não é um caso inédito de carros que carregam uma alta fidelidade com a marca. Nos Estados Unidos em 2016, uma picape Toyota Tundra 2007 atingiu a inacreditável marca de 1,6 milhão de km rodados. A montadora japonesa presenteou o proprietário com uma picape zero-km, a 16ª Tundra de Victor Sheppard.
De acordo com Sheppard, o modelo nunca passou por troca de motor, câmbio ou reparo de funilaria. No manual do carro constam as 117 trocas de óleo, substituições de correia e revisões regulares. O veículo ficou sob posse da Toyota para avaliar o estado dos componentes após quase dez anos de uso.
O também americano Brian Murphy atingiu a mesma marca com sua Nissan Frontier 2007 este ano. O dono do veículo era motorista de entregas em Chicago e dirigia, em média, 123 mil km por ano.
O motor e o câmbio manual de cinco marchas são originais. A embreagem de fábrica durou por 1,2 milhão de km rodados. O alternador e o radiador, por sua vez, só deram problemas quando a quilometragem atingiu 724 mil. Como “agrado” a Nissan deu uma nova Frontier linha 2020 a Murphy.
Hyundai mais rodado do Brasil: HB20 supera os 300 mil km apareceu primeiro em: https://jornaldocarro.estadao.com.br
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